O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a redução na taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, anunciada na quarta-feira 2. Até então, os petistas culpavam Campos Neto pela atual taxa de juros e pressionavam o Comitê de Política Monetária por uma redução forçada nos juros. Segundo Haddad, Campos Neto adotou um voto técnico. É um voto técnico, calibrado, à luz de tudo o que ele conhece da realidade do país.
Dois dos diretores do BC, indicados por Haddad e ratificados por Lula, participaram pela primeira vez da votação para definir a nova taxa de juros. O voto decisivo foi de Campos Neto. O corte de 0,50% na taxa básica de juros sinaliza que estamos na direção certa.
“O que houve foi uma situação de voto apertada mesmo, todas opiniões dignas e legítimas”, admitiu Haddad.
Lula destoa de Haddad
Ainda assim, Fernando Haddad acredita que tudo isso faz parte de “divergências” públicas e que são resultado da livre manifestação em uma democracia.
“Comemoração” dura pouco
A comemoração de Haddad não durou muito. Nesta quinta-feira, 3, a equipe do ministro já volta a atenção a outro problema que o governo precisa enfrentar. O ministro aposta no projeto de lei que devolve ao governo o voto de desempate em disputas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais .
“Recado” aos demais Poderes
Ontem, o ministro de Lula depositou suas esperanças no início do corte da taxa de juros. Segundo Haddad, a redução é um “recado” para os demais Poderes. “Não é hora de baixar a guarda, é muito desafiador o ano que vem”, admitiu Haddad.