James Randi, ilusionista e cético canadense, surpreendeu o mundo ao oferecer US$ 1 milhão para alguém que provar ser capaz de realizar milagres. No entanto, se a recompensa proposta pelos EUA para localizar os lideres do grupo Darkside é 10 vezes maior, aparentemente, nem um milagre pode tornar o ambiente cibernético um pouco mais habitável.
Ultimamente governos como o Ucraniano fomentam publicamente invasões por hackers contra seus inimigos. Além disso, SAAS multinacionais posicionam-se com medidas análogas ao desvalorizar ativos digitais dos rivais governamentais. Estes grupos foram chamados de “Exército de TI”, já que o termo “hacker” pode parecer associado ao mundo do cyber crime. Como os prejuízos são de famílias opostas aos interesses destes Estados, o cenário legal no campo internacional do digital aparenta se encontrar em crise.
O termo “terra sem lei”, usado para descrever a rede mundial de computadores até o inicio do século, pode ainda não descrever a realidade do usuário médio na presente data. Mas ataques virtuais a usinas de geração de energia, invasão em sistemas bancários, ataques a empresas sediadas em território “inimigo” e ameaças diretas visando impedir o livre comércio internacional já se tornaram praticas de grupos politicamente engajados no campo da “Tecnologia da Informação”.
Uma das formas de analisar a crise do cenário e os problemas nunca resolvidos no campo é observar quais grupos realmente se beneficiam em um ambiente como este. Além disso, é mister perguntar: quais grupos, além dos dominantes, se mantém sem prejuízos nesta configuração de rede?
O engajamento político de grupos organizados e especialistas em cyber crime não é novidade. Mas as motivações filosóficas noutros tempos em grande parte das vezes eram positivas no que tange a liberdade individual e negativas aos interesses Estatais. O clima de crise mundial pode tomar para si a atenção destas atitudes?
Ainda que cedo seja para compreender o Espírito da Historia, as tensões nos últimos anos nas áreas da saúde, economia, educação e segurança causadas pela Covid-19 são de natureza distinta dos fatos comentados aqui crise de segurança digital. Destes o vírus não possui responsabilidade. Portanto para uma análise em que se possa separar causa de efeito será necessário esperar o “pouso da ave de Minerva”.
Caio Peclat – Investigador Particular