(Matheus Farias – Especialista entrevistado na foto)
No meio digital o tempo de conexão entre cliente e servidor é, em muitos casos, o tempo em que o cliente dá atenção à alguma empresa produtora ou infoprodutora. Do mesmo modo em que hackativistas podem derrubar sites por inclinações políticas, para interromper o processo de conversão de uma venda é que uma página de vendas ou uma conta de rede social de alguma empresa concorrente pode ser alvo de ataques de cybercrime.
Alguns influenciadores têm se posicionado após perderem dezenas de contas no instagram, terem sites derrubados e até terem dados expostos. Raiam Santos, infoprodutor formado nos EUA e escritor proeminete, já afirmou em seu instagram que foi vítima várias vezes de ataques automatizados em sua rede social, conhecidos como “ataques de bots”. As consequências destes artifícios da concorrência nem sempre podem ser previstas. Em casos onde um infoproduto será lançado e o carrinho aberto por 3 dias, o prejuízo financeiro por não conseguir manter a página de vendas no ar ainda não é a pior coisa que pode acontecer à produção.
Ataques de espionagem industrial também são um risco para a indústria do marketing. Listas de emails, telefones e outros dados sensíveis que valem mais que dinheiro podem ser roubados por concorrentes visando anunciar com custo mais baixo para a base de compradores da vítima. Além disso, um site com grande volume de acessos e más configurações de segurança ou revisões desatualizadas se enquadra como um ambiente propício na hospedagem de scripts maliciosos para ataques em massa aos usuários para roubo de informações de modo silencioso para todos os envolvidos.
Perguntei ao nosso especialista em gestão de segurança digital em minha agência de Detetives, Matheus Farias, sobre a as vulnerabilidades encontradas no meio digital e os prejuízos causados. Segue abaixo texto transcrito e corrigido da entrevista:
Jornal Planeta: “Matheus, onde as empresas podem ter prejuízos e como isso pode acontecer na internet?”
Matheus Farias: “Se nós falarmos de “prejuízo”, pode ocorrer uma falha em algum App de restaurante e alguém pedir comida grátis. Pode ser uma falha simples, não precisa ser um hacker. Só precisa passar desapercebida pelos programadores. Um banco da Europa já foi hackeado por pessoas que não sabiam nada de programação. Mas se for para eu falar aqui tudo o que podem fazer com essas falhas, fica difícil por que a lista é grande”.
Jornal Planeta: “Pode me dar algum exemplo de como isso ocorre? Não acho tão provável cada restaurante que possui algum site ser analisado por algum hacker neste momento. Pode me explicar: como há essa ameaça para negócios relativamente menores?”.
Matheus Farias: “Olha, eu vou voltar no exemplo do banco Europeu e você vai conseguir entender: O site deles acabou acidentalmente permitindo acesso ao conjunto de tabelas com dados dos clientes. Mas estas páginas só foram encontradas pelo cliente por acidente. Ele aproveitou que teve esse acesso e fez o que muita gente faz quando acha dinheiro no chão. O perigo que eu tento sempre alertar nas consultas é que sempre tem alguém que acidentalmente pode ver uma forma de ganhar “dinheiro fácil” com algum erro de código. Se você visse que o preço de algum produto do site da Apple está 90% abaixo e que só pode ser algum erro no valor, você compraria?”
Jornal Planeta: “É uma questão ética bem interessante. Mas pode explicar como você como consultor de segurança avalia algum site?”
Matheus Farias: “Depende da plataforma e da necessidade do cliente, mas nós conversamos e definimos as métricas que vamos avaliar e entregamos um relatório para realizar os ajustes.”
A entrevista foi realizada no dia 21/06/2022.
Seguem aqui os dados de contato do entrevistado:
Matheus Farias – Consultor de Segurança e Investigador
Whatsapp: (82) 99650-6536
Telefone: (82) 99974-3284
Email: investigador.farias@gmail.com
Jornal Planeta
Texto de Caio Peclat – Investigador Particular e Jornalista