O imaginário e a indução mental: como eles afetam a nossa convivência social

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O imaginário é a capacidade humana de criar, representar e transformar a realidade a partir de imagens, símbolos e ideias.

Ele é uma fonte de inspiração, criatividade e inovação, mas também pode ser um obstáculo para a compreensão e a aceitação do outro.

Sérgio Leal Caldas, traz a seguinte afirmação:

“O imaginário constroi, alimenta e destroi suas contrapartes; a indução mental certifica e qualifica nos colocando frente a frente com nossas ‘realidades’, próximas ou mesmo distantes das atualidades que nos cerca… O imaginário alimenta o ‘mistério’ construído até mesmo por outros imaginários; nos assume diante de objetivos pendulares, enquanto a indução mental, ao contrário, nos direciona à busca do ‘quem somos’ perante de nós mesmos no domínio da vida…”

Ao assim dizer podemos entender que o imaginário alimenta o “mistério” construído até mesmo por outros inconscientes e nos induz a assumir diante de objetivos pendulares, enquanto a indução mental, ao contrário, por ser processo de raciocínio lógico, crítico e reflexivo, nos permite analisar, interpretar e avaliar as informações que recebemos e as experiências que vivemos.

A indução mental é uma ferramenta para o autoconhecimento, a aprendizagem e a resolução de problemas, mas também pode ser uma limitação para a abertura e a diversidade de pensamentos.

Como o imaginário e a indução mental influenciam a nossa forma de nos relacionarmos com as outras pessoas? Como eles podem nos ajudar ou nos atrapalhar na construção de uma sociedade mais igualitária, respeitosa e solidária? Essas são algumas questões que merecem ser debatidas e aprofundadas, pois elas dizem respeito à nossa identidade, à nossa cultura e à nossa convivência social.

Uma das dificuldades que muitas pessoas enfrentam para aceitar as outras pessoas em suas individualidades é a tendência de projetar o seu próprio imaginário sobre elas, sem considerar as suas diferenças, as suas singularidades e as suas histórias. Essa projeção pode gerar preconceitos, estereótipos, discriminações e violências, que ferem a dignidade humana e impedem o reconhecimento da alteridade. Por outro lado, uma das possibilidades que muitas pessoas têm para contribuir para uma sociedade mais igualitária é a capacidade de usar a sua indução mental para questionar, dialogar e compreender as outras pessoas em suas individualidades, sem impor, julgar ou excluir. Essa capacidade pode gerar empatia, tolerância, cooperação e paz, que promovem a cidadania e a democracia.

Portanto, o imaginário e a indução mental são dimensões importantes da nossa subjetividade, que podem ser usadas de forma positiva ou negativa na nossa interação social. Cabe a nós escolhermos como vamos usá-las, tendo em vista os valores que queremos defender e os objetivos que queremos alcançar. O imaginário e a indução mental podem ser aliados ou inimigos na busca de uma sociedade mais justa, mais humana e mais feliz.

Conscientes de nossas certezas, devemos também estar abertos à mudança e à inventividade.

Nas palavras de Erich Fromm, “a criatividade exige a coragem de deixar as certezas de lado.” E é essa criatividade, como uma forma de se expressar o nosso imaginário, que nos permite explorar novas possibilidades.

Ela nos permite transcender os limites impostos pela nossa indução mental e pela nossa cultura. Ela nos desafia a questionar, a experimentar e a aprender com os nossos erros e acertos.