O divórcio é, por natureza, um processo de luto. Mas, e se pudéssemos transformar esse luto em algo construtivo? A mediação familiar surge como uma luz no fim do túnel, oferecendo um caminho pacífico através do qual os casais podem redefinir suas vidas.

Em algumas vezes em meu estágio de formação em mediação de conflitos, testemunhei a força da mediação. Um casal, após várias sessões, finalmente chegou a um consenso. O medo inicial se transformou em expressão e, no momento em que anunciamos o fim do procedimento, as lágrimas fluíram. Não eram apenas lágrimas de tristeza, mas também de gratidão. A vida já havia se acomodado em novos moldes, e estávamos apenas formalizando a realidade. A mediação ritualiza a transição, assim como o casamento celebra o início de uma jornada compartilhada. Mesmo que os casais encontrem harmonia em suas vidas separadas, tornando-se pais colaborativos e parceiros respeitosos, o choro é uma resposta natural. É o luto pelo fim de um futuro imaginado juntos, e isso é perfeitamente normal. Acolhemos essas emoções, agradecendo-as por nos lembrar que houve razões válidas tanto para começar quanto para terminar.

Em outro caso, uma cliente compartilhou comigo o alívio e a tristeza que sentiu ao receber a homologação do divórcio realizado por meio da mediação de conflitos familiar. É um misto de sentimentos que reflete o alívio por ter reorganizado a vida e a tristeza pelo fim de um sonho que começou com esperança. Trabalhar com casais em processo de divórcio vai além do conhecimento legal; é preciso mergulhar nas emoções, oferecer uma escuta acolhedora e apoiar àqueles que sofrem. O luto, quando compartilhado, dá lugar à leveza e à transformação, diferentemente da dor que permanece após um conflito acirrado, encerrado por uma sentença judicial que resolveu uma disputa “daquele que melhor trouxe a prova nos autos”.

É essencial que as pessoas conheçam a mediação como uma alternativa. Ela não apenas resolve disputas, mas também transforma momentos difíceis em oportunidades de crescimento e mudança. A mediação é mais do que um processo; é uma jornada de renovação, pois as relações se ainda se prolongarem no tempo ante a existência de filhos é a melhor opção, pois “em meio às tempestades emocionais do divórcio, o diálogo é o farol que guia os corações para o porto seguro do consenso.”