O SENTIDO INAUDITO DE JESUS CRISTO

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Dentro da tradição cristã, a Semana Santa é a maior celebração Crística marcada pela ressureição do Messias que, há mais de dois mil anos, relembramos sua passagem na Terra.

Sua migração terrena foi apontada por católicos e evangélicos pelos denominados “milagres eucarísticos”, para os espíritas as assim chamadas “convergências dos efeitos das leis da Física, Química e da Biologia”, mas também pelas aflições suportadas por Cristo, apóstolos, seguidores e pessoas próximas.

As aflições que mais evidenciaram foram de Maria de Nazaré, sua mãe, em sua dinâmica emocional e relacional marcada por sentimentos da separação afetiva vivenciada pelo luto e passando pela aceitação e elaboração da perda, bem como de Maria Madalena, que após libertar dos obsessores que a atormentava tornou-se uma fiel seguidora de Jesus, sendo em 2016 canonizada e nomeada apóstola apostolorum, que significa “a apóstolo dos apóstolos” por ter sido a primeira a ver agraciada com a presença de Jesus ressuscitado.

Também não devemos esquecer que os escribas, “os doutores da lei e da aplicação dos ensinamentos da Torá”, e os fariseus, “não sacerdotes que participavam voluntariamente de celebrações religiosas”, ambos em tudo criticavam Jesus, pois o julgavam libertário em suas atitudes, especialmente na passagem que narra um banquete na casa de Mateus, que se tornou apóstolo de Jesus, o indagaram o motivo de Jesus sentar-se e comer com cobradores de impostos e pecadores, ao que Jesus prontamente lhes respondeu: “Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento.” (Lucas 5:29). O véu da ignorância não os permitiu sequer reconhecer que estava diante do Messias, tampouco o que eles tanto pregavam em suas sinagogas, da sua vinda à Terra Santa.

Mas, afinal, qual a verdade espiritual que o homem busca?

Os livros dos Provérbios e o Eclesiastes nos dão verdadeiras lições de vida a seguir para se ter um direcionamento espiritual nos momentos bons e difíceis da vida. São escritos do Rei Salomão em conceitos simples, profundos e importantes ensinamentos para se viver com sabedoria.

E por que vivemos ainda nos dias atuais a dualidade entre o bem e o mal, a luz e as trevas, Jesus e o Demônio? Por ser assim o que é ensinado nas religiões, o antagonismo ante ao equilíbrio das forças e o livro arbítrio para suas escolhas.

Se afastarmos os dogmas das religiões e seguirmos a razão? O ser humano, ainda nas percepções da matéria, possui inúmeras imperfeições e carrega em sua essência o bem e o mal, com total consciência de seus atos, porém, tentam atribuir ao demônio, a origem do mal praticado por si, quanto aos atos espúrios praticados e, também, ao contrário em algumas ocasiões, concede tal feito à Luz de Cristo, a redenção e salvação pelos seus atos probos.

A resposta está no próprio ser humano, que se em tudo e todos praticassem a bondade, amassem o próximo como a si mesmos, buscassem o caminho reto do bem e, se afastassem veementemente dos vícios da alma, como a inveja, orgulho, raiva, ambição desmedida, egoísmo, cobiça, não haveria “campo propício” para a permanência do mal.

Por conseguinte, o mal reside na humanidade, sendo o maior diabo, o interior de cada um. Assumir as responsabilidades de seus atos e não atribuir ao demônio externo a autoria de seus atos ruins e negativos, mas a si mesmos.

Tenham consciência de que sem evolução espiritual interna baseada na prática do bem, não adianta seguir religiões, professar valores, sem afinal compreender que a luz está em todos os lugares e os denominados “cegos involuídos” nunca a compreenderão por ausência de entendimento.

Na obra “Assim Falou Zaratustra”, Friedrich Nietzsche nos traz as seguintes lições: “É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante”, e prossegue “Mais perigoso que todas as bombas do mundo é o homem cheio de certezas, pois foram as certezas que detonaram todas as guerras, motivaram os massacres e genocídios. A certeza é a mãe dos preconceitos de toda ordem, a certeza nos torna prepotentes e arrogantes. A certeza nos cega de tudo que é contraditório e alternativo, nos impede de aprender e apreender o novo, o diferente. De minha parte sigo cultivando o caos dentro de mim e procurando sempre um novo olhar para essa coisa complexa e multifacetada chamada realidade.”

O sentido inaudito de Jesus se evidencia nas palavras do Iogue Paramahansa Yogananda “como a Verdade que espreita através da janela dos pensamentos” e as palavras que Deus se manifesta através da Inteligência Crística e da criação vibratórias, ao trazer com maestria que na verdade a dualidade não existe e sim, “Quando as contas das nações não permanecem unidas com o fio da percepção universal da Consciência Crística, da Paz de Cristo, elas se desintegram, dispersando-se e sendo arremessadas sobre as rochas do egoísmo. O Cristo deve ser celebrado no mútuo amor do coração de todas as raças. Eu oro para que Cristo renasça no berço de uma nova compreensão após a noite obscura da guerra, a estrela do amor de Cristo possa iluminar um novo Mundo Unido. Eu oro para que Cristo possa nascer em todas as nações como amor pela unidade; em todos os homens, como ambição espiritual; nos verdadeiros amigos, como o Amigo Divino; em estudantes deste caminho, como Autorrealização; e, em todos os devotos sinceros, como Alegria eterna e sempre nova, e perpétua Sabedoria. A fim de conhecer Cristo é preciso viver a vida dele. O Cristo Cósmico imortal renasce no berço de todas as boas ações, de todo serviço material e espiritual, e na manjedoura da meditação.”

Assim seja!

Instituto de Mediação e Arbitragem Alleanza