“UM CONTO DE NATAL”: UMA LIÇÃO DE HUMANIDADE E ESPERANÇA

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“Um Conto de Natal” é um clássico da literatura inglesa escrito por Charles Dickens, em 1843. A história centra-se na transformação de Ebenezer Scrooge, um homem avarento e amargurado, que detesta o Natal e menospreza os sentimentos alheios. Na véspera de Natal, ele é visitado por três fantasmas que o levam a revisitar seu passado, presente e futuro, revelando as consequências de sua conduta egoísta e fria.

O livro, além de ser uma crítica social à miséria e desigualdade na Inglaterra vitoriana, transmite uma mensagem de otimismo e redenção. Dickens demonstra que a mudança para melhor é possível ao reconhecermos nossos erros e abraçarmos a generosidade, compaixão e amor.

A psicoterapeuta e escritora britânica Philippa Perry oferece insights sobre a obra de Dickens, ressaltando a importância de desafiar nossa mente e compreender que nossos mapas emocionais são moldados nos primeiros anos de vida. A narrativa de Scrooge reflete como experiências traumáticas afetam a capacidade de se conectar emocionalmente e expressar sentimentos.

Perry destaca a importância da persistência, afirmando que uma recaída não impede a continuidade na busca por objetivos. Scrooge enfrentou resistência e incredulidade ao decidir mudar, mostrando que é preciso superar medos e dúvidas para alcançar a redenção.

A ideia de semear esperança, mesmo diante de momentos sombrios, é uma lição inspiradora do livro. Scrooge aprende a valorizar o Natal como uma época de celebração, gratidão e solidariedade, tornando-se um benfeitor para a família de seu empregado, Bob Cratchit, e reconciliando-se com seu sobrinho, Fred.

Os ensinamentos de Meimei, associados ao Natal como o nascimento de Cristo, reforçam a importância de focar nos valores espirituais e virtudes morais em vez de se apegar a aparências e bens materiais. A mensagem ressalta a necessidade de ser humilde, simples e fraterno.

A frase “Deus abençoe a todos nós”, dita por Tiny Tim, reflete a gratidão mesmo em circunstâncias difíceis. Isso ressalta a importância de agradecer as bênçãos e desafios, reconhecendo que tudo contribui para o nosso bem.

Meimei destaca que a caridade é uma expressão contínua e crescente do amor, ilustrando como a riqueza do mundo não pertence a indivíduos, mas todos são administradores temporários. O foco em administrar com sabedoria, sem apego ou desperdício, é crucial, lembrando que Jesus é o verdadeiro dono de tudo.

A narrativa de Scrooge, guiada pelos espíritos do Natal Passado, Presente e Futuro, mostra como a memória e o perdão desempenham papéis cruciais na transformação. Memória é retratada como o arquivo da alma, enquanto o perdão é descrito como a flor mais rara e bela do jardim da alma.

Ao conhecer diferentes realidades com o Espírito do Natal Presente, Scrooge aprende sobre a alegria e a esperança presentes em situações adversas. Meimei destaca que a alegria é o tesouro inalienável que ninguém pode roubar, enquanto a esperança é a bússola do coração, orientando na travessia dos mares da vida.

O confronto com o Espírito do Natal Futuro leva Scrooge a enfrentar as consequências de sua conduta, promovendo o arrependimento e a mudança. Meimei ensina sobre a renovação, destacando que ela é a lei da vida, presente desde a germinação de uma semente até a extinção de uma estrela.

Conclui-se com a mensagem de Meimei, indicando que o verdadeiro espírito natalino está em compartilhar conforto e fé com aqueles em necessidade. A referência ao cântico natalino e a invocação de paz e boa vontade entre os homens ressoam como uma benção para uma Noite Feliz.

E, ainda, remete-se ao trecho que nos mostra como Scrooge foi levado a enfrentar as consequências de sua conduta, e como ele se horrorizou ao ver que ninguém se importava com a sua morte, e que o seu destino era sombrio e solitário. Ele implorou por uma chance de mudar, e de fazer o bem. Ele se rendeu ao que Meimei nos ensina sobre a renovação e a vida. Ela diz:

“Renovação é a lei da vida. Tudo se renova na natureza, desde a semente que germina até a estrela que se apaga. Tudo se renova no tempo, desde o dia que amanhece até o século que finda. Tudo se renova no homem, desde o corpo que se forma até o espírito que se aperfeiçoa. […] Vida é a oportunidade bendita de que Deus nos reveste, para que possamos crescer em sabedoria e amor. É o dom mais precioso que possuímos, e que devemos valorizar em toda a sua extensão. É a escola abençoada, onde aprendemos as lições do progresso e da felicidade. É a oficina sagrada, onde exercitamos os talentos que o Pai nos confiou.”

São chegados os momentos contemplamos, de alma perplexa, a fila dos que se arrastam, de olhos enceguecidos pela garoa das lágrimas. Ladeando velhinhos que tossem ao desabrigo, há doentes e mutilados que suspiram pelo lençol de refúgio na terra seca. Surgem mães infelizes que te mostram filhinhos nus e crianças desajustadas para quem o pão farto nunca chegou. Trabalhadores cansados falam de abandono e jovens subnutridos se referem ao consolo da morte…

Divide, porém, com eles o tesouro de teu conforto e de tua fé e, nos recintos de palha e sombra a que te acolhes e, assim, encontrarás o Cristo no coração, transfigurando-te a vida, ao mesmo tempo em que, nos escaninhos da própria mente, escutarás, de novo, o cântico do Natal, como que repetido na pauta dos astros: “Glória a Deus nas alturas e boa vontade aos homens por Ele amados.”

“Um Conto de Natal” não é apenas uma narrativa sobre redenção pessoal, mas também uma lição profunda sobre humanidade, compaixão, e a capacidade de mudar para melhor. A mensagem atemporal de Dickens e os ensinamentos de Philippa Perry e de Meimei convergem para inspirar uma vida mais significativa, baseada em valores espirituais e na busca contínua por crescimento e bondade. Que todos possamos viver o Natal em espírito e verdade, seguindo os exemplos de redenção e compaixão apresentados nesta obra clássica.

Que tenhas uma Noite Feliz de Natal em Cristo!