O ano de 2023 parece ter fornecido uma espécie de vislumbre do futuro climático do planeta. Somente no Brasil, ocorreram oito grandes ondas de calor, secas sem precedentes na Amazônia e chuvas torrenciais, alagamentos e deslizamentos no litoral paulista e no Rio Grande do Sul. Esses eventos extremos, já previstos por especialistas ao longo das últimas décadas, estão diretamente relacionados e agravados pelas mudanças climáticas causadas pela atividade humana.
Essa questão está no cerne das discussões da COP28, a cúpula do clima organizada pelas Nações Unidas, que teve início em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 30 de novembro.
O futuro reserva desafios significativos para o Brasil, incluindo ondas de calor intensas, períodos prolongados de seca e chuvas intensas. No entanto, também existem condições e características geográficas que, se bem aproveitadas, podem representar vantagens estratégicas em comparação com outras regiões do mundo, como o potencial para geração de energia limpa e a rápida redução das emissões de gases do efeito estufa.
O aumento contínuo da temperatura média do planeta e do Brasil, resultado da queima de combustíveis fósseis, tem causado eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes. Isso inclui ondas de calor, chuvas intensas e secas prolongadas, impactando ecossistemas, agricultura e comunidades locais.
Projeções feitas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que o planeta pode experimentar um aumento adicional de 1,5ºC a 4ºC na temperatura média até o final do século. Para o Brasil, isso significa um cenário mais seco nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste, com aumento do volume de chuvas no Sul.
Os impactos das mudanças climáticas no Brasil incluem não apenas desafios climáticos, como eventos extremos mais frequentes, mas também consequências socioeconômicas. O agronegócio, uma parte significativa da economia brasileira, pode enfrentar queda na produtividade devido à diminuição das chuvas e aumento das secas. A vulnerabilidade climática é agravada por questões socioeconômicas, como a presença de milhões de brasileiros em áreas de alto risco para desastres naturais.
Além de lidar com as ameaças, os especialistas enfatizam a importância da adaptação e do desenvolvimento de planos de emergência. Remanejar populações em áreas de alto risco, preparar serviços de saúde para lidar com ondas de calor intensas e chuvas intensas, investir em soluções de água para regiões afetadas pela seca e promover práticas agrícolas mais resistentes são medidas cruciais. A integração de ações governamentais e conscientização da população são essenciais para enfrentar essa nova realidade climática.