Desde ontem o clima não está nada bom para o governador Tarcísio Gomes de Freitas. Ao menos entre os deputados do Partido Liberal e entre boa parte do eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Acontece que Tarcísio saiu de uma reunião com o ministro da fazenda Fernando Haddad, nessa quarta-feira , apoiando a reforma tributária após ter dito discordar dela.
Agora, Tarcísio explica que a proposta apresentou melhorias, apesar de ainda manter o chamado ‘conselho’, uma espécie de órgão federal que vai fazer a redistribuição da receita arrecada com impostos para os Estados e Municípios.
Como a previsão de votação da proposta na Câmara é justamente para esta quinta-feira , o partido de Bolsonaro e Valdemar convocou reunião com sua bancada para tratar do tema. Tarcísio, ontem mesmo, disse que tentaria convencer Bolsonaro de que “a proposta era boa”.
Porém, tão logo concedeu a entrevista, Tarcísio foi bombardeado nas redes sociais com críticas pelo apoio ao projeto e, também, pela velocidade com que o tema está tramitando na Câmara.
Até mesmos deputados como Ricardo Salles e Eduardo Bolsonaro foram às redes sociais e ironizaram a fala de Tarcísio, que disse concordar como “95% da proposta”.
Hoje , Bolsonaro e Valdemar receberam Tarcísio e, pelo vídeo gravado por participantes do evento, houve ‘climão’. Na publicação, Bolsonaro aparece falando contra a reforma e passa a palavra para seu pupilo.
“Nós não podemos perder a narrativa. A direita não pode perder a narrativa de ser favorável na reforma tributária. Senão, ela acaba sendo aprovada, e quem aprovou?”, argumento Tarcísio.
Após a fala, Tarcísio é interrompido pelo ex-presidente, que diz: “Se o PL estiver unido, não aprova nada”. O ex-presidente havia se reunido com Tarcísio antes e deixado claro que é contra a reforma.
O governador, então, ressalta que não defende a votação da proposta ainda hoje e tenta explicar, enquanto é interrompido por outros participantes da reunião, que eles deveriam discutir o texto. A fala de Tarcísio volta a ser interrompida por vaias. “Tudo bem, gente. Se vocês acham que a reforma tributária não é importante, não vota.”
Repercussão
Após a reunião infrutífera, alguns parlamentares do PL falaram com o portal UOL. Segundo o veículo, o deputado Sanderson falou: “ele fala só em nome de SP. Quando ele tenta colocar um discurso sendo um preposto, em tese, da direita do Brasil, ele exagera e por isso que nós não concordamos.”.
Comentários nas redes sociais de Tarcísio também o cobram em relação ao apoio da proposta. “Se é uma PEC é só não juntar maioria nos dois turnos em ambas as casas. Muitos já comentam a nova regra tributária usando o verbo no presente. PEC é proposta. Proposta se analisa, se discute e não se aceita ou rejeita na correria e se for pautada, é só votar “NÃO “. NÃO”, escreveu uma seguidora no Twitter.
Se é uma PEC é só não juntar maioria nos dois turnos em ambas as casas. Muitos já comentam a nova regra tributária usando o verbo no presente. PEC é proposta. Proposta se analisa, se discute e não se aceita ou rejeita na correria e se for pautada, é só votar “NÃO “.