O autor de “A lógica do Cisne Negro” e “Arriscando a própria pele” nos últimos anos mostrou ao grande público o comércio de risco e suas implicações. Profissões como Coach, Consultor, Analista, Infoprodutor de Cursos e as demais em que o retorno para o cliente nem sempre é garantido e o risco é assumido somente por ele e nunca pelo profissional são alvos de críticas para o autor e, segundo sua análise, devem assumir riscos em conjunto com o público. Um trader, em sua visão, não deveria dizer para comprar esta ou aquela ação, mas mostrar quais ativos possuem em sua carteira.
Algumas pesquisas recentes expostas por Nassim mostraram a ineficácia de algumas especialidades em realizar o que pretendem e acredita que é necessário colocar a própria pele em risco neste caso. Ele identifica que nas situações em que a recompensa não é proporcial ao esforço ou quando o resultado é incerto pela falta de controle das variáveis, como, a priori, dependentes em certo grau da aletoriedade e, portanto, qualquer detutiva perante o resultado é ilusória. Assim, a proposta do Analista Financeiro é a diversificação do esforço para que ao final de um grande ciclo a aleatoriedade cumpra seu papel.
A diversificação é evidente em países como a Suíça, onde as prefeituras possuem autonomia alargada e, portanto, a margem para erro e suas consequências é maior. Assim, no conjunto das cidades, a soma de sucessos e fracassos mantêm um país harmônico. Assim, há espaço para a falha humana e o entendimento de que nem sempre é possível obter o resultado esperado. Na verdade, Nassim acredita que a regra da vida é o fracasso e o sucesso é excessão, contrariando aqueles que acreditam em um método para o sucesso ou um “passo a passo” que possa ser replicado.
Devido ao princípio da incerteza, a dificuldade apresentada para conceber respostas prontas para questões regidas pela aleatoriedade mostra-se um fator que possui mérito em ser evidenciado e levado em conta ao assumir estes riscos. Como analista, Taleb afirma que não pode prever o preço de ativos financeiros, mas é possivel adotar medidas perante esta imprevisibilidade. Talvez seja necessário se perguntar sempre: Quais riscos estamos assumindo e quais o outro lado da mesa assume?
Caio Peclat – Investigador Particular
