Brasil Atrás no Ensino Técnico! Descubra Por Que o País Está Entre os Últimos no Ranking de Educação Profissional e Como Isso Afeta os Jovens. Uma Análise Reveladora!
De acordo com o mais recente estudo “Education at a Glance” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil figura entre os cinco países com a menor porcentagem de estudantes matriculados na educação profissional, em uma análise que abrange 45 nações. Com apenas 11% de alunos nessa modalidade, o Brasil se encontra muito abaixo da média dos países do grupo, que é de 44%. Adicionalmente, o país também apresenta uma alta taxa de jovens entre 18 e 24 anos que nem estudam nem trabalham, os chamados “nem-nem,” com aproximadamente 24,4% nessa situação.
Em uma análise específica sobre a quantidade de estudantes no ensino técnico, o Brasil se posiciona à frente apenas de três países: Índia (9%), Canadá (10%) e África do Sul (10%). As maiores taxas de matrículas na educação profissional são observadas na Eslovênia (70%) e na Croácia (70%).
O estudo “Education at a Glance” é uma publicação anual da OCDE que avalia diversos parâmetros, incluindo financiamento, acesso à educação, formação de professores e outros aspectos. Essa pesquisa não se restringe apenas aos países membros da OCDE, mas também inclui países parceiros, como é o caso do Brasil. A edição de 2023 concentra-se principalmente no acesso à educação profissional nos países analisados.
As conclusões do estudo ressaltam a importância crescente das habilidades práticas e competências como resolução de problemas, trabalho em equipe e comunicação, que desempenham um papel fundamental na empregabilidade. A educação profissional se tornará cada vez mais relevante para preparar os alunos com uma combinação dessas competências, facilitando a transição da escola para o mercado de trabalho.
A presidente do Instituto Singulares, Claudia Costin, destaca a necessidade de abordar a questão do primeiro emprego para os jovens como parte fundamental do desenvolvimento inclusivo do país. Costin observa que a visão brasileira de não valorizar o ensino técnico profissional ou de tentar equiparar os institutos técnicos às universidades com um enfoque excessivamente acadêmico contribui para os desafios de inserção produtiva dos jovens.
A pesquisa também revela um cenário preocupante no Brasil com relação à disparidade de gênero na população “nem-nem.” As mulheres são significativamente mais afetadas pelo desemprego e pela exclusão escolar, com 30% das mulheres entre 18 e 24 anos classificadas como “nem-nem” em comparação com 18,8% dos homens na mesma faixa etária. Essa desigualdade de gênero entre os jovens “nem-nem” exige uma atenção especial das políticas públicas, incluindo o suporte às mulheres, como creches, para garantir seu direito de continuar os estudos e ingressar no mercado de trabalho.
Recentemente, o Congresso brasileiro aprovou uma lei que estabelece novas regras para o ensino técnico no país. Essa legislação é vista como uma ferramenta para incentivar a participação dos jovens nessa modalidade de ensino, incluindo a possibilidade de aproveitar créditos de disciplinas cursadas durante o ensino médio técnico na educação superior. Além disso, a lei determina a criação de um sistema de avaliação específico para a educação técnica e tecnológica, bem como a contabilização de horas trabalhadas em programas de aprendizagem na carga horária escolar e vice-versa. O governo federal tem dois anos para desenvolver uma política nacional de educação profissional.
Para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e orientar todos os alunos em direção aos programas adequados às suas habilidades e aspirações, é essencial tornar a educação profissional mais atraente e acessível, além de destacar sua importância como uma primeira opção de carreira atraente para os estudantes.