Cuba Solicita Flexibilidade a Lula para Renegociar Dívida de US$ 538 Milhões com o Brasil

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O governo cubano busca uma saída para sua dívida de US$ 538 milhões com o Brasil e pede a atenção do presidente Lula. Uma negociação crucial e uma mudança nas relações bilaterais estão em jogo.

O governo de Cuba expressou sua necessidade de “algum tipo de flexibilidade” por parte do governo brasileiro, liderado por Lula, para viabilizar a retomada dos pagamentos atrasados da dívida de US$ 538 milhões que Havana possui com Brasília. O pedido foi feito após o presidente Lula desembarcar em Cuba para participar do encontro do G77, uma coalizão de países em desenvolvimento, juntamente com a China.

De acordo com informações internas do governo brasileiro obtidas pela Folha, medidas para a renegociação incluiriam um possível desconto no montante devido, a utilização de moedas alternativas ao dólar ou até mesmo o pagamento em commodities cubanas.

A dívida cubana foi suspensa no mesmo dia em que entrou em vigor, após ter sido sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas de manhã. A Confederação Nacional do Turismo foi a entidade que apresentou o pedido de suspensão, argumentando que a obrigatoriedade de oferecer água gratuita afetaria a receita dos estabelecimentos e que isso era “desproporcional”.

A visita do presidente Lula a Cuba é simbólica, marcando a reaproximação dos dois países após uma relação tensa nos governos de Michel Temer e, principalmente, de Jair Bolsonaro. As discussões sobre a dívida ainda estão em estágio preliminar, e nenhum anúncio oficial sobre renegociação ou calendário de pagamento foi feito.

A viagem do presidente Lula à ilha é acompanhada pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Nísia Trindade (Saúde) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). A questão da dívida de Cuba é considerada crucial para a normalização das relações entre os dois países.

Desde 2018, Cuba deixou de pagar suas parcelas de financiamento das exportações brasileiras junto ao BNDES, resultando em um custo para o Brasil. A dívida total se aproxima de US$ 1,1 bilhão, e os atrasos começaram em meados de 2016.

A relação entre Brasil e Cuba esfriou durante os governos anteriores, mas Lula tem buscado a reaproximação e enfatiza a importância dos investimentos no exterior, mesmo diante de desafios como o calote cubano. As negociações para retomar os pagamentos ainda estão em andamento, e a questão permanece central para a normalização das relações entre os dois países.