Professores autônomos responsáveis por formular uma das perguntas do Enem no último domingo apresentaram sérias deficiências intelectuais.

Professores independentes responsáveis por elaborar uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no último domingo (5) cometeram duas graves falhas intelectuais. Ao negar a ciência e ofender uma parcela significativa dos acadêmicos, técnicos, professores e pesquisadores que contribuíram para os notáveis sucessos do Brasil na agricultura e na indústria aeronáutica, esses professores independentes demonstraram falta de rigor e honestidade intelectual.

Ao retratar o setor agroindustrial como um ambiente de exploração, negligência em relação à saúde humana e do planeta, violência e impossibilidade para os camponeses, esses professores submeteram os jovens que realizaram o Enem a uma tortura ideológica, especialmente no que diz respeito à agroindústria.

A publicação obscura que serviu de base para a pergunta ataca até mesmo a Embrapa e os programas de biocombustíveis, alegando que ambos prejudicam a classe camponesa. Os clichês e chavões ideológicos não são o pior dos problemas; o maior problema reside em ensinar os jovens a pensar de maneira equivocada.

O sucesso do Brasil na construção de aeronaves vendidas globalmente e na produção de alimentos como superpotência resultou de pesquisas, tecnologia e capacitação de pessoas, iniciadas e conduzidas por instituições estatais como a Embrapa e o ITA/Embraer, no caso das aeronaves.

As ideias errôneas promovidas por esse tipo de abordagem ideológica explicam muitas de nossas dificuldades em crescer e prosperar, representando um atraso intelectual em nosso país.