A revolução tecnológica e a rapidez da inovação têm transformado radicalmente o cenário atual

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Em abril de 1965, Gordon E. Moore, um dos visionários cofundadores da Intel, apresentou ao mundo uma previsão que mudaria para sempre a forma como encaramos a evolução tecnológica. Escrevendo um artigo na revista Electronics Magazine, Moore estipulava que o número de transistores em um chip dobraria aproximadamente a cada 18 meses, impulsionando a capacidade de processamento e conduzindo a uma constante busca por inovação. Essa previsão, apelidada de Lei de Moore, pode ter sido feita despretensiosamente na época, mas acabou servindo para ditar o ritmo vertiginoso de muitas das transformações tecnológicas que vivenciamos desde então.

A aceitação pública de uma nova solução não depende apenas do impulso trazido pelo avanço tecnológico, embora esse fator seja crucial. Na nossa indústria, temos observado que a janela de tempo entre a introdução de uma nova tecnologia e sua ampla aceitação pública tem se tornado cada vez mais curta. Os chips que hoje estão presentes em praticamente todos os cartões foram introduzidos no início da década de 1990. Essa aceleração na adoção de novas tecnologias é evidente no exemplo do pagamento por aproximação no Brasil. O modelo levou apenas 15 anos para se tornar predominante nas transações presenciais, representando mais da metade delas atualmente.

A trajetória de sucesso do pagamento por aproximação reflete o processo de maturação pelo qual uma nova solução deve passar até integrar-se, quase imperceptivelmente, ao cotidiano das pessoas. Essa tecnologia teve início com uma proposta de valor clara: proporcionar mais conveniência e segurança aos consumidores. Inicialmente concebido para pagamentos de pequeno valor, a solução trouxe uma experiência de pagamento ágil e com fricção mínima.

O ponto de inflexão crucial ocorreu em 2019, quando a adoção do pagamento por aproximação acelerou significativamente, impulsionada pela adesão em massa de grandes players bancários e pela substituição natural dos cartões antigos por versões compatíveis com a solução. Com a pandemia de Covid, essa modalidade de pagamento ganhou novo impulso, dada as restrições sanitárias que desencorajaram o uso de dinheiro físico e o toque em equipamentos compartilhados. Destaca-se também a importância do desenvolvimento da infraestrutura de aceitação para o uso do pagamento por aproximação.

O pagamento por aproximação, além de suas melhorias contínuas, recebeu investimentos substanciais em comunicação e aprimoramento de políticas de segurança. Quando foi lançado, o valor máximo para transações sem senha era de R$ 50. Hoje, vemos que a segurança e os limites de transação continuam a evoluir para atender às necessidades dos consumidores modernos. A combinação desses fatores, somada à evolução tecnológica que segue o ritmo ágil decifrado pela Lei de Moore, nos ajuda a compreender o caminho perseguido pelos produtos e modalidades de pagamento que apresentamos ao mercado.

Como parte da indústria de pagamentos, reconhecemos que a interoperabilidade e a colaboração de todos os players são fundamentais para o sucesso dessas transformações. Isso caracteriza o que chamamos de “revolução silenciosa”, pois envolve a construção de uma base sólida antes que o público em geral perceba a mudança. Voltando ao exemplo do pagamento por aproximação, vemos todo um trabalho dedicado à troca dos terminais de pagamento e à substituição dos cartões dos consumidores. Isso equivale ao preparo do terreno e construção das fundações antes de erguer a edificação.

Enquanto celebramos o sucesso do pagamento por aproximação, enfrentamos uma nova revolução representada pelas transações tokenizadas, que atingiram um número considerável em um período ainda mais curto. Depois de cinco anos de implementação, 40% das transações online no Brasil já contam com a tecnologia do token. Em relação ao ano passado, essa tecnologia apresentou um crescimento de 200%.

A busca incessante por soluções convenientes, seguras e inovadoras é o motor que impulsiona a indústria de pagamentos. Estamos comprometidos em continuar essa jornada, aproveitando a visão de inovadores como Gordon Moore para criar um futuro de pagamentos ainda mais eficiente para todos.