Inspirada pelas reflexões do juiz de família Dr. Eduardo Perez, que descreve a complexidade dos conflitos familiares, exploramos os principais temas fundamentais sobre a paternidade e a importância da presença e do cuidado contínuo na vida das crianças.
Em suas observações, ele destaca questões cruciais que refletem as tensões vivenciadas no cotidiano familiar, desde a importância da presença dos pais até a necessidade de tratar todos os filhos com equidade. Quando refletimos sobre o papel dos pais, uma verdade central emerge: a presença e o envolvimento ativo são essenciais para o desenvolvimento saudável dos filhos.
Um dos pontos centrais abordados é a ideia de que a contribuição financeira, como a pensão, é apenas uma parte do que um filho realmente necessita. Segundo ele, “lembre-se que você tem um filho. Pensão é menos do que o mínimo que ele merece.” Essa afirmação ressalta que a presença emocional e o envolvimento ativo na vida da criança são igualmente essenciais para seu desenvolvimento saudável.
Além disso, enfatiza-se a importância de tratar todos os filhos com equidade, independentemente das circunstâncias pessoais dos pais. Ele observa que, se um pai tem filhos com diferentes parceiras, todos devem receber tratamento justo e igualitário. “Se você teve filho com outra mulher, ambos os filhos merecem tratamento igual, com a diferença que alguns filhos não poderão contar com a sua companhia, qualquer que seja sua ação.” Isso destaca a necessidade de fornecer a todos os filhos uma atenção e um tratamento justos, mesmo diante das complexidades das relações familiares.
Outro aspecto crucial abordado é a presença constante na vida dos filhos. Dr. Eduardo Perez aconselha: “Esteja presente na vida dos seus filhos tanto quanto possível. Não importam os problemas do seu relacionamento passado, os filhos nunca terão culpa. Eles querem e precisam de um pai para guiá-los, protegê-los e ampará-los nas vidas delas. Seja esse pai, mesmo que se tenha divorciado ou nunca casado com a mãe dos seus filhos. Essa recomendação reforça que a participação ativa e o envolvimento emocional são fundamentais para o bem-estar das crianças.
Além disto também alerta contra o uso de crianças como instrumentos em disputas. Se tiver em qualquer processo relacionado a conflitos familiares, “não use a criança contra a outra parte. Proteja seus filhos dos efeitos do divórcio.” Utilizar a criança como moeda de troca pode causar danos emocionais profundos, e proteger os filhos desses impactos é uma responsabilidade crucial dos pais.
Outra lição importante destacada é que “Presença vale mais do que presente.” Isso reforça a ideia de que o tempo e a atenção dos pais são mais valiosos para as crianças do que qualquer presente material. Além disso, é essencial lembrar que o amor e a conexão genuína não podem ser comprados, com a frase: “Não compre o amor do seu filho, mereça-o.” O amor dos filhos deve ser conquistado através de ações e comportamentos consistentes.
O reconhecimento do esforço envolvido no cuidado das crianças também é um ponto relevante que sugere: “Reconheça o esforço que é cuidar de uma criança e valorize quem cuida.” O papel dos cuidadores é fundamental e merece reconhecimento e valorização. Além disso, ele destaca que a paternidade vai além da biologia. “O que torna seu filho são valores, amor e cultura que você transmite. Engravidar alguém não te torna genitor. Pai se constroi.” A paternidade é uma construção contínua baseada em valores e amor.
Essas reflexões são corroboradas por especialistas no campo da psicologia e desenvolvimento infantil. Alfred Adler, psicólogo e fundador da Psicologia Individual, afirma que “a tarefa fundamental dos pais é criar um ambiente que permita ao filho desenvolver sua própria autoimagem e um sentido de valor.” Isso reflete a importância de um ambiente positivo e encorajador para o crescimento da criança.
Daniel J. Siegel, neuropsiquiatra, destaca que “Criar filhos não é apenas sobre dar instruções, mas sobre ser um modelo de como lidar com as emoções e desafios da vida.” Os pais devem agir como exemplos de resiliência e controle emocional, influenciando diretamente o desenvolvimento emocional dos filhos.
John Gottman, especialista em relacionamentos, observa que “os pais não podem dar a seus filhos o que não têm. O mais importante é que os pais se cuidem e estejam emocionalmente disponíveis para seus filhos.” O bem-estar dos pais tem um impacto significativo na saúde emocional dos filhos.
Carl Rogers, psicólogo humanista, sugere que “a autenticidade e a aceitação incondicional dos pais são os principais fatores que influenciam o desenvolvimento da autoestima nas crianças.” A aceitação genuína e o amor incondicional são fundamentais para a autoestima infantil.
Angela Duckworth, pesquisadora sobre perseverança, ressalta que “o verdadeiro sucesso dos filhos não vem apenas do talento, mas da combinação de paixão e perseverança, algo que os pais podem cultivar desde cedo.” A perseverança e a paixão são elementos cruciais para o sucesso a longo prazo.
Por fim, Gabor Maté, médico especializado em desenvolvimento infantil e trauma, aponta que “a forma como os pais respondem ao sofrimento emocional de seus filhos tem um impacto profundo no seu desenvolvimento mental e emocional.” A forma como lidamos com o sofrimento emocional das crianças molda seu desenvolvimento futuro.
Diante desses desafios e insights, a mediação de conflitos familiares surge como uma alternativa essencial a ser explorada.
Em relações marcadas pela “continuidade”, como a paternidade, pois seu filho será para sempre seu filho, é fundamental acompanhar seu crescimento e desenvolvimento, entendendo que as mais diversas situações cotidianas poderão levar a encontros com os genitores. Assim, a mediação oferece uma forma de privilegiar a boa convivência, incentivando o diálogo e a compreensão, pois ela vai além da simples resolução de disputas, ela promove um espaço onde novas perspectivas podem emergir e onde o diálogo se torna uma ferramenta de conexão.
“A mediação de conflitos é a arte de dialogar para conectar, criando perspectivas inimagináveis.” Este processo não apenas resolve conflitos, mas também fortalece as relações familiares, permitindo que todos os envolvidos encontrem um caminho para a harmonia e a compreensão, transformando desafios em oportunidades de crescimento e conexão.