A pesquisadora Ruha Benjamin, socióloga e professora da renomada Universidade de Princeton (EUA), critica os programas de diversidade de algumas empresas, fazendo uma analogia com as plantações escravistas, ressaltando que a diversidade não deve ser apenas uma presença superficial e sim uma busca por justiça. Benjamin expressou suas opiniões durante sua participação no PrograMaria Summit, um evento que visa impulsionar a participação das mulheres no campo da tecnologia.
Ela aborda a importância de considerar o ambiente em que mulheres e pessoas negras são inseridas, avaliando se são ambientes saudáveis. Benjamin é uma referência em pesquisas que exploram a interseção entre ciências sociais e tecnologia. Durante o evento, ela participou de uma conversa sobre gênero, raça e tecnologia com Taís Oliveira, fundadora e diretora-executiva do Instituto Sumaúma, que foi transmitida ao vivo a partir das 19h.
Benjamin contrasta as histórias de mulheres e pessoas negras que ocupam cargos de prestígio, mas muitas vezes são impedidas de verdadeiramente brilhar, com o exemplo da empresária norte-americana Sheryl Sandberg, ex-chefe de operações da Meta, que é proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp. A professora de Princeton enfatiza que as mulheres muitas vezes precisam lutar para se firmar no poder e conquistar seu espaço para influenciar as decisões, algo que Sandberg conseguiu alcançar.
Além disso, Benjamin destaca que as pessoas pertencentes a grupos socialmente marginalizados não devem aceitar ser meramente símbolos de diversidade, evitando assim o processo de “tokenização,” no qual a inclusão é apenas simbólica, sem conferir poder ou influência real a essas pessoas.