A substituição da negociação de contratos pela Inteligência Artificial (IA)

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“Os profissionais do direito estão exaustos. Passam a maior parte do tempo lidando com tarefas tediosas. Ter algo que assuma o trabalho monótono, permitindo que foquem em antecipar estratégias: esta é a solução”, afirma Jaeger Glucina, diretora-gerente e chefe de recursos humanos da empresa britânica Luminance.

Especializada em Inteligência Artificial (IA) para o setor jurídico, a Luminance, fundada em 2015, está prestes a lançar uma ferramenta automática de negociação de contratos chamada Luminance Autopilot. Os testes da versão beta começarão com clientes selecionados em dezembro, com um lançamento mais amplo previsto para 2024.

A Luminance Autopilot é projetada para analisar contratos, fazer alterações e conduzir negociações automaticamente. Durante uma demonstração, a IA negociou um contrato de confidencialidade em minutos, ajustando prazos, legislação aplicável e cláusulas de responsabilidade.

Jaeger Glucina destaca que o objetivo é reduzir atrasos, permitindo que as negociações ocorram de maneira eficiente e automatizada. Apesar da automação, ela enfatiza que a assinatura humana ainda é crucial para a conclusão do processo.

Essa ferramenta representa um avanço na automação do setor jurídico, sendo uma evolução da ferramenta de copiloto da Luminance, que codifica cláusulas contratuais para análise visual por profissionais. Outras empresas oferecem tecnologias semelhantes, mas a Luminance é a primeira a anunciar um piloto automático para negociação de contratos.

A Luminance Autopilot é baseada em um grande modelo de linguagem (LLM), semelhante ao ChatGPT, e foi treinada com mais de 150 milhões de documentos legais para aprimorar sua capacidade de entender e negociar contratos específicos para cada empresa.

Apesar da automação crescente, muitos argumentam que os advogados ainda são indispensáveis para questões mais complexas e a tomada de decisões jurídicas. O debate sobre como a IA afetará os empregos no setor jurídico continua, com alguns destacando que a tecnologia pode liberar os profissionais para tarefas mais interessantes e valiosas.