Pesquisa sugere a possibilidade de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, abrigar geleiras de sal

0
104

A revelação abre uma nova fronteira na astrobiologia ao identificar um ambiente que pode oferecer condições de habitabilidade.

 

Uma pesquisa conduzida por cientistas do Instituto de Ciências Planetárias dos Estados Unidos apresenta indícios de possíveis geleiras de sal em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol.

A descoberta representa uma nova fronteira na astrobiologia, revelando um ambiente volátil que pode se assemelhar às condições de habitabilidade encontradas em regiões extremas da Terra.

Alexis Rodriguez, autor principal do estudo, destacou que essa descoberta complementa pesquisas anteriores que indicam a presença de glaciares de azoto em Plutão, sugerindo que o fenômeno de glaciação abrange desde as áreas mais quentes até as mais frias do Sistema Solar.

Bryan Travis, coautor do artigo, levantou a possibilidade de existirem áreas subterrâneas em Mercúrio que poderiam ser mais propícias à habitabilidade do que a sua superfície.

“A inovadora descoberta das geleiras em Mercúrio amplia nossa compreensão dos parâmetros ambientais que poderiam sustentar a vida, adicionando uma dimensão crucial à nossa exploração da astrobiologia e também relevante para a potencial habitabilidade de exoplanetas similares a Mercúrio”, explicou.

Essa descoberta desafia a visão anterior de Mercúrio como um planeta essencialmente desprovido de voláteis, reforçando a compreensão de camadas ricas em voláteis (VRLs) potencialmente ocultas nas profundezas da superfície do planeta.

“Essas geleiras em Mercúrio, distintas das da Terra, originaram-se de VRLs profundamente enterradas, expostas a impactos de asteroides. Nossos estudos afirmam que o fluxo de sal provavelmente gerou essas geleiras e que, após sua formação, elas retiveram substâncias voláteis por mais de um bilhão de anos”, acrescentou Travis.